Os velhotes que falam sobre o tempo nos bancos de jardins a perder espaço e cheios de lixo, não são estranhos a comunicar por comunicar. Foram namorados, e só lhes resta o tempo de que falar. Porque o tempo juntos é solução de conjunto vazio. Equação de vários passos, de componentes todos eles anulados.
E essas permanências partilhadas, porque só a dois se podem eliminar sinais opostos de valores idênticos, esse conjunto de silêncios que são, sim, gritos fechados a password e impressão digital em salas de isolamento sonoro, teclam blogues e escrevem pequenos pedaços de papel rasgado, disfarçados de imaginação dos seus autores.
Chamámos-lhe Amor. E sujámos com pedaços rasgados e amachucados dele os jardins com os seus bancos. E com as nossas conversas sobre tempo abafámos o ar.
15.5.05
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2 comentários:
Prosa poética. Não é fácil. Mas, para quem o deseje, há alguns blogs mais simples, que começam por ensinar a juntar letras... Posso dar umas dicas...
Ricky
Post scriptum: Gostei.
Olá meu amigo, axo que nunca postei no teu blog e vou faze-lo agora...Sinto amargura nas tuas palavras, algum desalento e desilusão. Talvez a conversa sobre o tempo seja uma forma de escamotearmos, por vezes, as verdadeiras trovoadas que sentimos....Nunca te esqueças que depois da chuva vem sempre o sol, por vezes acompanhado do arco-iris, e que o amanhã está sempre lá...Só espero é que daqui para a frente esteja sempre um dia maravilhoso de sol para ti meu amigo...Tenho muitas saudades, acredita. Espero ver te em breve. Sérgio Mexe
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