Sim, as nuvens podiam rebentar em baba e ranho. A acompanhar o torrencial do rebentamento dos sacos lacrimais cheios que nem bexiga a suster a corrosão da paciência e do autocontrolo. E às barragens também podia dar vontade de, sincronizadas com o resto do concerto, rebentar em ondas. E as do mar podiam muito bem segui-las como modelo.
Isso, claro, se o meu índice de massa corporal fosse superior ao centro gravitacional da Terra, para que tudo fosse ao encontro da minha dor, já que tudo, a água porca, a terra cheia de cancro nos ovários e o ar tússico, vão constantemente de encontro à existência feliz que fico à espera que me procure. Talvez afogado, soterrado ou movido pelo vento. Mas nunca me hei-de lembrar que tenho músculos.
Ou então que as águas que rebentam sejam as predecessoras de mais um nascimento em já um numerozinho de mortes minhas. E que tu comeces a mexer os pulmões de vez. Já te deram a pancada nas costas há tempo suficiente, e esperam que chores.
P.S.: sim, os negritos itálicos têm significados opostos... consultem a gramática ;)