13.2.06

lack of (L) and the same city




Este texto podia ser uma carta. Nada rescunhada porque a tecnologia consegue fingir que temos ideias elaboradas e coerentes que nos saem em frases difíceis de ler à primeira pelo comum mortal. Mas não teria quem pôr depois de "Dear", tão-pouco um endereço. Podia deixá-lo ao cuidado dos correios, e viria de volta, em jeito de onanismo sentimental, mas até para mim essa ideia seria auto-centrada demais.

Que comece.

O teu amor está perto do vómito. Igualmente sentido na barriga, e tão diferente. Parecidíssimo com a anteestreia de um exame, mas sem cronómetro que lhe aplique um fim. Perto da insuportabilidade, sustentável apenas porque não seria amor sem o ódio a hifenizá-lo, o contraste constante que permite à limitação cognitiva o reconhecimento de um conceito apenas na lembrança de outro que lhe seja diametralmente oposto.
Esbocei alguém, parcialmente plagiado daquilo que os produtores da Celine querem que ela grite, quando não sei desenhar nem escrever música que venda, e dei-lhe a tua cara. Vejo-te sorrir, quando só te vejo a má disposição. Quando não te vejo sequer.
E nesta alucinação de bruma de duche, nestas dormidas de sonhos fortes não sei de quê mas que me obrigam a dormir mais e a cansar mais ainda, como corações de chocolate que não foste tu a comprar, e mutilo-me na fome do estômago, para pensar menos na de ti.
Tum-tum.

t.

Note to self: enviar ao Pai-Natal. As inexistências podem sempre ser vizinhas.

4 comentários:

blogger disse...

"Vejo-te sorrir, quando só te vejo a má disposição" será k isto é sobre quem eu estou a pensar, hein? :P

Anónimo disse...

Tiago, adorei... adorei mesmo do fundo do coração. Ainda tou sem palavras,...
Abraço
Vitor

Anónimo disse...

a litle dark side não?e sou eu pessimista..hehheh

Ti disse...

tem dias ;)