Planeei-te. Inventei-te novo, como fazia com as tapeçarias imensas riscadas em quadrículas de folhas de cadernos em aulas chatas. Outro, com o mesmo bronze, a mesma magreza a mostrar os mesmos ossos que me magoavam com - ou sem? - carinho, o mesmo cabelo pouco moldável.
Construí-te. Fiz-te de ferro quente e personalidade fria para qualquer um que não eu. Condicionei-te para que ladrasses ao mundo mau quando me fizesse chorar, e para que me lambesses as feridas e as mantivesses vivas, como o ditassem as tuas leituras dos meus estados de espírito e hormonas extremistas.
Concluído isto, tudo cosido, bem programado, ocultado, liguei-te. E tu pegaste no comando que fiz para ti e fizeste-me cantar.
24.5.05
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