"ao x e ao y". O z perdeu-se da equação, e verificou-se que ela resulta sem mim. A matemática nem sempre é tão exacta quanto queria, fora do seu meio descontextualizado que responsabilizei pelo meu sucesso não tão grande na disciplina. Também convenhamos que estamos a falar pouco de uma equação, ou de várias, e mais de inequidades múltiplas. Parece que já não só falo durante o sono, como também envio anúncios para jornais enquanto durmo:
"Oferece-se amigo imaginário. Vai lá estar sempre que estiver sozinho, com a garantia que na presença de outros desaparecerá, para que não o achem esquizofrénico, e não pedirá nada em troca quando quiser concluir que ele nunca existiu. Experiência não é necessária."
Recebo respostas todos os anos. E todos os anos sou mais lançado à liberdade da pouca existência, que guardado no speed dial. O único que ainda não dispensou os meus serviços, e me vê ao seu lado no espelho todos os dias a lavar-lhe a cara, sou eu. Então ainda existo.
18.12.05
11.12.05
arquitectar como?
não sei construir casas, nem os tijolos que as fazem, nem o mundo em que assentam, a partir de grãos de areia de sete cores. não as sei desenhar, em base e em altura, em frascos que vendo, com a minha prepotência de bónus, a quem não sabe construir casas nem as desenhar com areia em frascos.
não sei inventar as pessoas que podiam morar nelas, nesse mundinho ou neste, em letras bem ritmadas e pobremente rimadas, e cantar sobre elas para a inveja de todos. nem sei esquecer a hipótese de lhes esfregar na cara, como areia, essa felicidade nascida da falta dela nos outros, e criar uma contentação própria.
tão-pouco ou um bocadinho menos sei escrever. quer sobre casas, quer sobre pessoas, quer sobre mim. porque não sei inventar o que não lá está, e ainda assim sou uma obra minha.
não sei inventar as pessoas que podiam morar nelas, nesse mundinho ou neste, em letras bem ritmadas e pobremente rimadas, e cantar sobre elas para a inveja de todos. nem sei esquecer a hipótese de lhes esfregar na cara, como areia, essa felicidade nascida da falta dela nos outros, e criar uma contentação própria.
tão-pouco ou um bocadinho menos sei escrever. quer sobre casas, quer sobre pessoas, quer sobre mim. porque não sei inventar o que não lá está, e ainda assim sou uma obra minha.
Subscrever:
Mensagens (Atom)