Começa o vício do fumo sem cigarro, o consumo e utilização de sucedâneos da pelagem de mamíferos que fomos perdendo para que fizéssemos falta uns aos outros. As camisolas, as mantas, os cachecóis... e mais nada para me oferecer tem o amontoa-fato que é o meu puff. Na rua, onde se fuma ar condensado, mexo-me com a pele que acha que é de foca, e não deixa entrar nada.
Ando, armado em Lisboa, inabalável e sempre em obras. O arame que faz pinheiros falsos a armar-me. O sorriso dos olhos, preso a piercings transparentes, e o ranger dos dentes disfarçado por pressão no maxilar.
O frio desiste. E com a alegria pavoneante de que só a comiseração pessoal e infelizmente pouco transmissível consegue, faço percursos de autocarro em forma de oito. Com paragens, sim, mas sempre repetindo-se.
Mas era já altura de encontrar Roma, ou Nova Iorque, de uma vez. E deixar o resto tornar-se estradas mal alcatroadas e caminhos de cabras meio perdidos para a erosão, que se caminharam sem vergonha alguma. Só para poder chegar.
3.11.05
Subscrever:
Mensagens (Atom)